POMBAL: 151 ANOS DE CIDADE, 315 DE FUNDAÇÃO E 241 DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!
Clemildo Brunet |
CLEMILDO BRUNET*
O que dizer de uma cidade que da data de sua
fundação aos dias atuais é tricentenária? Edificada a margem direita do rio
Piancó. Fundada por Teodósio de Oliveira Ledo no sertão das Piranhas foi
conhecido como povoação de Piancó em 27 de julho de 1698, tendo sido denominado
de Arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó (Pombal).
Sua emancipação política se deu em 04 de maio
de 1772, quando elevada de Arraial a categoria de Vila, sendo chamada Vila de
Pombal, dando-se na mesma data sua Emancipação Política. Já em 21 de julho de
1862 é elevada a categoria de cidade. Neste mês de julho Pombal comemora 315
anos de sua fundação. 21 de julho é a data do Aniversário de Pombal como
cidade.
Muita coisa se perdeu no tempo, pois segundo
o nosso escritor pombalense Verneck Abrantes, documentos que tiveram registros
de acontecimentos políticos com mais precisão, entre 1926 a 1928 e parte de 1930
a 1945, não foram encontrados nos arquivos da Câmara.
Praça do Centenário |
Em seu livro A Trajetória Política de Pombal,
o escritor cita que parte dessa memória foi queimada quando de um incêndio
ocorrido na Prefeitura e
outros desapareceram em razão de nos anos 80 ter
havido uma reforma na sede do Poder Legislativo pombalense e pessoas sem o
menor conhecimento histórico tenham ateado fogo em antigos documentos dentro de
um poço.
Pombal já foi palco de grandes eventos que
marcaram a nossa história. Um fato interessante e que talvez seja desconhecido
pela maioria, Verneck diz que no final de 1926, foi organizado o primeiro time
de futebol de nossa cidade, denominado de Itajay Futebol Clube. Os atletas
tinham camisas listradas em preto e branco, mangas cumpridas, golas ajustadas
com cadarços, calções nos joelhos, meiões, chuteiras e alguns jogadores usavam
toucas. O campo era aberto localizado onde hoje é o Bar Centenário.
O pioneiro time da terra tinha a sua torcida
formada por homens da sociedade local que se vestiam de paletós brancos
engomados, gravatas borboletas, chapéus de massa e bengalas. A banda de música
enchia a rua com festivos dobrados e saudosas modinhas incentivando a torcida a
comparecer a disputa futebolística. O dono desse time era o político e
desportista, Vicente de Paula Leite, conhecido como Major Senhor.
Há uma Rua em Pombal com o nome de Vicente
Paula Leite e até bem pouco tempo, A Câmara de Vereadores quis dar o nome de
outro cidadão a parte desta artéria urbana, revoltados os moradores se mobilizaram
e fizeram abaixo assinados e faixas a fim de impedir tal façanha.
Em todo esse tempo, Pombal é uma cidade
marcada por perdas e ganhos. E nesse equilíbrio é difícil fazer uma avaliação
das vantagens e desvantagens de tudo isso. Poderia ter avançado mais no curso
da história. No entanto, alguns de seus monumentos que por descuido ou
displicência de agentes políticos e autoridades desta terra, deixaram de ser
tombados oficialmente como patrimônio histórico e foram demolidos literalmente
por força do capital selvagem.
O
nosso escritor pombalense Jerdivan Nóbrega de Araújo, em um artigo publicado
não faz muito tempo, fez a sua justificativa devido a questões relacionadas à
realização do Pombal Fest no centro da cidade. Palavras textuais de Jerdivan:
“A cidade de Pombal, com 300 anos, não tinha
seu Centro Histórico Tombado e protegido por Lei. Indignado e vendo nossa
história sendo transformada em pó, protocolei em 1991 uma petição ao IPHAEP,
solicitando o tombamento do centro da nossa cidade”
Ele
recebeu como resposta uma negativa do próprio instituto dizendo que era
impossível fazer o tombamento, pois o órgão alegava não ter condições de mandar
engenheiros a Pombal, por não possuir viaturas. Jerdivan lamentou a desculpa dada pelo IPHAEP.
Segundo ele, só foi possível tombar
oficialmente o Centro Histórico de Pombal, quando assumiu a Presidência daquele
Instituto o Professor José Otávio de Arruda Melo, que atendendo pedido do
historiador pombalense Wilson Seixas (saudosa memória), deu continuidade ao
processo. No dia 04 de abril foi publicado o Decreto nº 22.914 de 03 de abril
de 2002, determinando o tombamento do Centro Histórico de Pombal.
No final do relato Jerdivan afirma que “não
somos contra a realização do “Pombal Fest”. Fazemos isso em memória dos nossos
antepassados e em respeito às gerações futuras. Uma semana de
festa não pode sobrepor-se e subjulgar a 300 anos de história” e
arremata: “Não se trata de uma disputa e sim de uso da inteligência e do bom
senso”
Isso me faz pensar o quanto é penoso para nós
pombalenses se não preservarmos o patrimônio e a riqueza cultural da nossa
história. Um povo sem história é um povo sem conhecimento de um passado obscuro
e tenebroso.
Pombal,
10 de julho de 2013
*Radialista, Blogueiro, Colunista
Twiters @clemildobrunet e @brunetcomunica
www.clemildo-brunet.blogspot.com
COMENTÁRIO
Clemildo Brunet, parabéns pelo bom texto. Pombal, também lhe agradece
pelo que você tem feito por ela, com suas colocações e como um dos guardiões da
sua história, marcado pelo equilíbrio dos seus escritos jornalísticos, a voz
que ainda ressoa no rádio, o bom senso e conhecimento da nossa história. É isso
que também lhe dar um bom referencial.
Um abraço,
Verneck Abrantes
POMBAL: 151 ANOS DE CIDADE, 315 DE FUNDAÇÃO E 241 DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/10/2013 04:20:00 PM
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2 comentários
PARABÉNS PELO BELO TRABALHO TÃO BEM FEITO .
Parabéns amigo, eu estive ai em Pombal e constatei a veracidade do seu trabalho, espero q vc colha bons frutos... Abraços!!!
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